Real class: laudo esclarece desabamento

segunda-feira, 7 de março de 2011

Laudo: erros de cálculos foram a causa do desabamento do edifício Real Class, ocorrido no dia 29 de janeiro, em Belém, tragédia que se consumou como a segunda maior no setor de engenharia no Pará. A primeira foi o desabamento do Edifício Raimundo Farias, em 1987, no bairro do Umarizal, que causou a morte de 39 pessoas.
 
Comissão formada por sete professores da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal do Pará (UFPA) que compoem o Grupo de Análise Experimental de Estruturas e Materiais   concluiu a perícia e entregou o laudo que indica as causas que levaram o Real Class ao colapso. 
 
 

Segundo o laudo, o prédio não suportou a força do vento e o peso da estrutura de concreto já construída. Ademais, os pilares do térreo eram estreitos demais, apresentando ruptura bruscas e fissuras.

O Laudo
Após analisar os projetos de arquitetura, estrutura, fundações, laudos de sondagem e a realização de ensaios em amostras de aço e concreto colhidos no local, a equipe técnica concluiu que:
  • O concreto e o aço empregados na estrutura apresentavam resistências compatíveis com as recomendadas pelas normas brasileiras;
  • As fundações foram corretamente projetadas considerando-se as cargas informadas no projeto estrutural;
  • O projeto estrutural não atendia as recomendações normativas para dimensionamento de estruturas de concreto, para carregamentos verticais e para o vento, sendo a situação mais crítica referente à atuação do vento;
  • as fundações apresentavam resistência significativamente superior, descartando-se a hipótese de que o colapso tenha se iniciado por esgotamento de sua capacidade resistente;
  • Diversos pilares no nível do pavimento térreo não apresentavam resistência compatível com os esforços atuantes, com alguns apresentando ruptura brusca, sem avisos (fissuras);
A equipe concluiu que o colapso ocorreu por problemas de concepção estrutural e que o colapso do edifício ocorreu quando a estrutura foi submetida a uma combinação elevada de carregamentos verticais e horizontais. 


O resultado será encaminhado pelo CREA à Câmara Especializada de Engenharia Civil, que vai apurar o caso e tomar as devidas providências. Uma delas pode ser a cassação da licença do engenheiro que fez o cálculo.

5 comentários:

Anônimo disse...

Real Class o edifício em construção que desabou em Belém do Para era mais uma das milhares de ratoeiras de luxo que enfeiam as nossas cidades e limitam os nossos horizontes.
Da janela de casa eu os vejo crescer como gigantescos cogumelos e quase tão frágeis quanto eles, aqui perto há um gigantesco condomínio com mais de 20 torres, erguido no maior desrespeito ao meio ambiente, à segurança e às regras da boa vizinhança, porque altera o regime de ventos, está edificado sobre uma antiga lixeira, onde já 2 outros prédios ficaram interditados por quase 10 anos enquanto os repunham na vertical à força de congelamento dos alicerces - os compradores não sabem que estão montados em verdadeiras bombas - agridem as regras da boas vizinhança como todos, porque impedem a difusão dos sinais televisivos e limitam o seu Horizonte a uns poucos e desagradáveis metros. Mas o problema principal é que como a maioria, foram construídos com materiais de baixa qualidade, que agridem as normas da boa engenharia, os prédios sem ossatura em concreto vão subindo sem colunas nem vigas apenas sustentados por curtas barras de aço enfiadas nos furos dos blocos e enchidas de cimento liquido com emendas a cada andar. Eles não caem porque o Brasil não é um país sujeito a terremotos, mas alguns caem mesmo assim como esse de Belém, já pensaram no massacre que teria sido se esse edifício já estivesse habitado?
É preciso que o governo se debruce sobre esse problema e que limite tanto a altura como a quantidade e a densidade dos edifícios de apartamentos e escritórios, porque nós temos espaço de sobra, não há motivo para que vivamos amontoados como em Hong Kong.

Anônimo disse...

A verdade é que não ha solo improprio para contrução, se assim o fosse não teriamos construido a ponte de mosqueiro, outeiro e da da alça viária em cima da água

Anônimo disse...

a sociedade civil paraense e a opinião publica merecem uma resposta diante deste fato.

Anônimo disse...

Saiu no Diário hoje:
O laudo técnico produzido pelo Grupo de Análise Experimental de Estruturas e Materiais da UFPA apontou erro de cálculo na construção do prédio Real Class, que desabou há 39 dias na Travessa 3 de Maio, no bairro de São Brás, em Belém. A afirmação foi dada pelos engenheiros da universidade na tarde desta sexta-feira (11) durante coletiva de imprensa. O estudo foi encomendado pelo CREA e entregue na manhã de hoje.
Segundo o laudo, o prédio não suportou a força do vento e o peso da estrutura de concreto já construída. Além dos pilares do térreo que eram estreitos demais, apresentando ruptura bruscas e fissuras.
O resultado será encaminhado pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) a Câmara Especializada de Engenharia Civil, que vai apurar o caso e tomar as devidas providências. Uma delas pode ser a cassação da licença do engenheiro que fez o cálculo.
Em nota a Real Engenharia informou que ainda não recebeu o documento elaborado por professores da Faculdade de Engenharia Civil do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará, contendo laudo com os resultados da investigação feita para identificar as causas do acidente do edifício Real Class.

A nota também diz que a Real acatará as conclusões de ordem científica. Porém, só se manifestará após conhecer, em conjunto, o teor do laudo contratado pelo CREA-PA e os laudos de outras duas investigações que estão em andamento no âmbito da própria empresa e do Centro de Perícias do Instituto Renato Chaves.

Entenda o caso

O edifício Real Class desabou no dia 29 de janeiro de 2011, deixando três pessoas mortas. Entre elas, dois operários e um senhora que vivia em uma casa ao lado do prédio. (Sâmia Maffra, DOL)
Leia a íntegra do laudo:
"Aos 11 dias de março de 2011, às 9 horas da manhã, foi entregue ao CREA Pará o laudo pericial elaborado pelo grupo de análise experimental de estruturas e materiais da Universidade Federal do Pará, feito com o objetivo de indicar as causas que levaram o edifício Real Class ao colapso no dia 29 de janeiro de 2011.

Após analizar (sic) os projetos de arquitetura, estrutura, fundações, laudos de sondagem e a realização de ensaios em amostras de aço e concreto colhidos no local, esta equipe técnica concluiu que:

* O concreto e o aço empregados na estrutura apresentavam resistências compatíveis com as recomendadas pelas normas brasileiras;

* As fundações foram corretamente projetadas considerando-se as cargas informadas no projeto estrutural;

* Considerando as recomendações normativas para dimensionamento de estruturas de concreto, para carregamentos verticais e para o vento, observou-se que o projeto estrutural não atendia tais recomendações, sendo a situação mais crítica referente à atuação do vento;

* Para a situação de colapso, caso de construção, observou-se que as fundações apresentavam resistência significativamente superior, descartando-se a hipótese de que o colapso tenha se iniciado por esgotamento de sua capacidade resistente;

* Ainda para o caso de construção, verificou-se que diversos pilares no nível do pavimento térreo não apresentavam resistência compatível com os esforços atuantes, com alguns apresentando ruptura brusca, sem avisos (fissuras);

Sendo assim, esta equipe concluiu que o colapso ocorreu por problemas de concepção estrutural e que o colapso do edifício ocorreu quando a estrutura foi submetida a uma combinação elevada de carregamentos verticais e horizontais."

Anônimo disse...

Jornal O Liberal - Repórter 70

Quarta Feira, 30 de março de 2011 - Opinião - página 3

*EM POUCAS LINHAS

- No inquérito policial sobre a queda do Real Class, a Dioe conseguiu uma peça importante: imagens do momento do desabamento gravadas por uma câmera instalada próxima.

- O laudo da perícia feita pelo Renato Chaves está sendo montado pelos peritos. O resultado será tornado público no meio da próxima semana.

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