Altamira, por seus habitantes: moradia, educaçao e saúde precárias com o aumento súbito da população em decorência de Belo Monte

sábado, 2 de abril de 2011

Estive em Altamira nos dias 30 e 31 de março de 2011 (como membro da Comissao Nacional de Combate à Violência no Campo) e aproveitei para ouvir as pessoas que lá residem acerca das perspectivas - boas ou más - com a construçao de Belo Monte. Tomei o cuidado de nao falar o que penso sobre a obra. Todas com quem conversei - motorista de táxi, uma vendedora de Natura que conversei durante o vôo,
servidores do forum, vendedora de uma loja, etc - mencionaram que houve um aumento súbito da população desde o anúncio de que Belo Monte sai do papel custe o que custar e, por conta disso, dois serviços básicos que já não eram bons, tornaram-se caóticos: a saúde e a educaçao. Em relação ao primeiro, todas disseram que náo há médicos suficientes, de forma que, mesmo as consultas pagas pelo particular só são marcadas para quatro, cinco meses depois. Para atendimento por plano de saúde a situaçao é pior. Se for pelo SUS, melhor nem comentar. Quanto à educaçao, já nao há escolas suficientes para atender a demanda.
Um terceiro aspecto foi mencionado também por todos os "esntrevistados": os alugueres sofreram aumento de mais de cem porcento, assim como os preços de imoveis para compa estão muito mais caros.


Estes custos sociais são ignorados em projetos que tais. 
Quem paga por eles? A população local, claro. Devemos lembrar que é o Município que terá que arcar com contrataçoes de médicos, construção de escolas, mais professores, etc. E com a ocupaçao desordenada do espaço urbano, pressionado com a chegada de tanta gente atraída pelo mega projeto. 



Alguns dados de Altamira
Além da extrema beleza, o município de Altamira: 
  • é o maior municipio do Mundo em extensão territorial - área de 159 695,938 km²
  • maior do que vários países: Portugal, Islândia, Irlanda, Suíça, entre outros
  • população estimada em 2010: 105 030 habitantes.

Acesso:
A rodovia Transamazônica atravessa o município no sentido leste-oeste numa extensão de 60 km.

Distâncias:
Belém - 800 km
Marabá - 500 km
Itaituba - 500 km
Santarém - 500 km

Hidrografia:
Altamira situa-se às margens do rio Xingu, o qual tem diversos afluentes e cachoeiras que se distribuem por toda a região.


Biodiversidade
Floresta Nacional de Altamira - Superfície:689.012 hectares.
Bioma: Amazônia 100%

Terra do Meio:
  • situada entre os rios Xingu e Tapajós.
  • A FLONA (Floresta Nacional) de Altamira é uma das portas de entrada para a Terra do Meio.
  • Cercada por terras indígenas
  • possui uma das maiores áreas de floresta relativamente não perturbadas na Amazônia Oriental.

A região é de importância crítica para a vida selvagem, abrigando numerosas espécies animais ameaçadas, incluindo onças, jacarés-açu, macacos-aranha, cuxiú da cara branca e tamanduás.
As maiores concentrações remanescentes de mogno no Brasil estão localizadas na Terra do Meio e nas terras indígenas dos arredores.

A Floresta Nacional de Altamira é também importante para a proteção de comunidades indígenas situadas em suas proximidades, funcionando com zona-tampão para as terras indígenas Baú, Xipaia e Curuá[

A Floresta Nacional-FLONA é uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em método para exploração sustentável de florestas nativas (Lei Federal nº 9.985, de 18/07/2000).

3 comentários:

Anônimo disse...

Dra. Ana, a senhora gostou da cidade?

Anônimo disse...

É verdade que Belo Monte inundará metade da área originalmente planejada, mas isso se dará à custa de mais de 100 km de rio que viverá uma seca eterna. Nesse trecho estão localizadas duas comunidades indígenas e várias ribeirinhas, todas dependentes das águas do Xingu para se alimentar, se locomover e ter alguma renda.
http://diplomatique.uol.com.br/interf/spacer.gif

Anônimo disse...

Em janeiro de 2010 os jornais já noticiavam que os ânimos estavam acirrados no Paquiçamba, área indígena que será afetada pela construção da hidrelétrica de Belo Monte, oeste do Pará.
A obra fez com que os índios da aldeia não queiram mais seu cacique porque ele não participa da mobilização contra a usina. Ele disse que os indios estavam com raiva dele, querem que ele deixe de ser o cacique, porque acham que ele é a favor da hidrelétrica. Ele disse que cansou dessa história, não quer participar de reunião, de audiência. Só quer trabalhar na roça e garantir seu sustento. O indio, simplesmente, cansou de lutar contra o EStado, tao poderoso, que já disse que fará Beo Monte de qualquer jeito.

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