A insustentabilidade da VALE S/A afirmada pelas comunidades e trabalhadores afetados pela empresa

terça-feira, 1 de maio de 2012

No dia 18 de abril, durante a assembleia de acionistas da mineradora Vale SA, no Rio de Janeiro, seis diretores de organizações ligadas aos afetados pela VALE, que adquiriram ações da empresa e, como acionistas, participaram da reunião institucional, apresentaram ao corpo de sócios da mineradora algumas considerações que confrontaram os balanços oficiais da Vale:
  • Investimentos na “promoção do desenvolvimento das comunidades onde a Vale atua” via Fundação Vale, que tem projetos no Brasil, Colômbia, Nova Caledônia e Moçambique: a   diretora da ONG Justiça Global, Andressa Caldas, em representação à congregação Combonianos Nordeste, questionou a empresa sobre o processo de expropriação e deslocamento compulsório de mais de 1300 famílias de Moatize, Moçambique, em decorrência da implantação do projeto de mineração de Moma e Moatize;
  • relatório da administração e exame, discussão e votação das demonstrações financeiras de 2011: o diretor da ONG Rios Internacionais e colaborador do Movimento Xingu Vivo para Sempre, , Brent Millikan,  questionou a não menção, análise e avaliação de riscos da aquisição de 9% das ações da Norte Energia SA, consórcio responsável pela usina de Belo Monte. Em seu voto, Millikan propôs a suspensão de investimentos da Vale, por meio da participação societária no consórcio Norte Energia S.A. (NESA), no Complexo Hidrelétrico de Belo Monte, considerando os elevados riscos econômicos, legais e de reputação para a empresa, conforme demonstrado pela recente premiação de pior empresa do mundo do Public Eye Award de 2012; 
  • investimentos em sustentabilidade como estratégia de longo prazo: a secretária executiva da ONG 4 Cantos do Mundo, , Carolina Campos, ponderou que a empresa considera os licenciamentos ambientais um dos principais entraves para os seus negócios e questionou o Projeto Apolo, em Minas Gerais, que disputa com a proposta de criação de um parque nacional uma das últimas áreas intactas de Mata Atlântica na Serra da Gandarela;
  • Orçamento de Capital da Vale: Danilo Chammas, advogado da Rede Justiça no Trilhos, do Maranhão, discorreu sobre os riscos decorrentes do ritmo acelerado com que está se dando a ampliação dos investimentos no Complexo Carajás, em especial a duplicação da ferrovia da mineradora. Além de citar os inúmeros casos de mortos e feridos graves vitimados pela ferrovia, Chammas alertou que este e outros projetos foram suspensos pelo Ibama e pela justiça do Maranhão em função de problemas ambientais;
  • investimentos em segurança e saúde do trabalhador: Gerson Castellano, diretor do Sindicato dos Petroquímicos do Paraná, apresentou os dados sobre o crescente número de acidentes de trabalho – só em 2011, foram 11 os mortos em acidentes de trabalho – e conflitos da empresa com sindicatos e representantes dos trabalhadores no Brasil e nos outros países onde atua.

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